Pesquisadora analisa cenário de mudança no modelo educacional

Ferramentas como chatbots já estão presentes em salas de aula ao redor do mundo e levantam dilemas urgentes sobre o futuro da educação. Mais do que discutir a eficácia da tecnologia, o debate hoje gira em torno de quando e como utilizá-la de forma responsável.

É o que revela a pesquisa “Percepções sobre a Inteligência Artificial na Educação”, resultado de uma análise realizada com professores, gestores e estudantes do ensino fundamental e médio em 142 escolas. O levantamento mostra que os participantes reconhecem as vantagens da IA, como a personalização e a otimização do ensino. Mas também apontam riscos do uso inadequado, especialmente no que diz respeito ao papel do professor e ao processo de formação humana.

A pesquisadora Jullena Normando, doutoranda em Comunicação pela UFG e pela Universidade da Califórnia (San Diego), faz um alerta: “É preciso compreender como a IA funciona, para que ela serve, e principalmente para que ela não serve. A gente precisa conhecer as suas limitações.”

Segundo Jullena, o uso contínuo e sem senso crítico da inteligência artificial pode alterar a forma como os alunos aprendem. "A tecnologia, em muitos casos, tende a fascinar alguns e amedrontar outros. Na Educação não é diferente. Certamente estamos diante de uma mudança de paradigma que tende a alterar a forma como as próximas gerações aprendem. Nesse sentido, precisamos que os educadores estejam atentos e preparados para esse novo mundo que se configura. E o melhor combustível para isso é uma curiosidade crítica."

A pesquisadora reforça que não se trata de temer a tecnologia, mas de reconhecê-la como uma aliada do processo educacional, sem perder de vista o papel insubstituível do professor na formação crítica, ética e humana dos estudantes.

Crédito imagens: Freepik