Atividade de extensão é desenvolvida desde 2018 por alunos do curso de Psicologia da Unit, em parceria com a Escola de Arbitragem da FSF, com o objetivo de apoiar e preparar os árbitros para lidar com situações de pressão

Um projeto desenvolvido por estudantes do curso de Psicologia da Universidade Tiradentes (Unit) está ajudando na preparação e no apoio à saúde mental de árbitros de futebol que atuam nos estádios e gramados sergipanos. É o projeto Pilar Mental, promovido desde 2018, em parceria com a Escola de Arbitragem Sérgio Correia, da Federação Sergipana de Futebol (FSF). Através de atividades híbridas e jornadas técnicas integradas com profissionais de educação física, nutrição e árbitros do quadro nacional, o projeto atua na orientação psicológica específica para a atuação em excelência de árbitros, assistentes e “quarto-árbitros” de futebol de campo. 

 

O objetivo é desenvolver processos psicológicos como aprendizagem, atenção e concentração, além da comunicação assertiva, da tomada de decisão e do trabalho em equipe. “O projeto consiste em mapear e desenvolver atividades de auxílio ao desenvolvimento psicológico de árbitros em formação, trabalhando aspectos psicológicos básicos, fundamentais para o êxito no exercício da função”, explica Cleberson Tavares Costa, professor de Psicologia da Unit e orientador responsável pelo projeto. 

A parceria da Unit com a FSF surgiu em 2018, a partir de um convite feito ao professor Cleberson pelo árbitro Ivaney Alves Lima, diretor da Escola de Arbitragem da FSF, para fazer parte de um plano de suporte psicológico contínuo aos árbitros em formação. A ideia evoluiu para um projeto de extensão acadêmica, que abriria um cenário de prática para alunos das duas escolas. As atividades são desenvolvidas por estudantes de Psicologia, que recebem o suporte teórico e têm liberdade para planejar as atividades, tanto para intervenções online, quanto presenciais. 

“Ao planejar, os alunos me apresentam, discutimos ajustes, posteriormente apresentamos para os diretores da Escola de Arbitragem, e após o aval, seguimos para a prática”, explica Cleberson, destacando a importância do projeto para a formação de futuros psicólogos na área esportiva, ainda considerada de atuação restrita. “Aos poucos, estamos conseguindo inserir egressos no mercado esportivo, que participaram do projeto anos atrás. Isso significa uma mudança na história da psicologia sergipana, uma abertura de cenário de prática na psicologia do esporte, sendo Sergipe, um dos principais estados do nordeste a discutir esta área de atuação”, acrescenta.

Para o estudante João Carlos Queiroz Bezerra, do 3º período de Psicologia, que atua na observação do conteúdo ministrado aos alunos da escola de Árbitros, atuar no Pilar Mental lhe permite, como estudante, encontrar um público que está atravessando um momento único de aprendizagem no nicho esportivo, além de representar um grande passo entre a teoria e a prática. Segundo ele, a experiência mostra também que a Psicologia, como ciência, vem alcançando uma valorização exponencial nos últimos anos. 

“A sociedade está cada vez mais consciente do impacto da saúde e da enfermidade mental, o poder que a mente tem nas nossas vidas. Isso se reflete no campo da prática. Sinto que os alunos e o staff da escola de árbitros outorgam segurança, vontade, disposição no trabalho dos estagiários de psicologia. No marco do paradigma atual do futebol profissional (e amador também, pois é reflexo), que inclui tantas confusões com arbitragem, tantas pressões de forma massiva, é essencial que esses profissionais das quatro linhas estejam fortalecidos mentalmente, que contem com um suporte profissional que aporte a sua saúde de forma integral”, destaca João Carlos. 

Fausto Othoniel dos Santos Neto, aluno do 5° período e que atua na aplicação de dinâmicas grupais e a condução de atividades no projeto, diz que ele lhe proporciona a chance de desenvolver de forma prática alguns aprendizados e conteúdos adquiridos durante o curso, com ações voltadas ao esporte. “O impacto que esse projeto traz é positivo, tornando os futuros árbitros mais aptos a lidar com momentos de pressão, aprimorando as habilidades de tomada de decisão rápida, controle emocional e atenção, melhorando também a sua atuação individual e contribuindo para um ambiente esportivo competitivo mais justo e equilibrados”, afirma. 

Autor: Gabriel Damásio

Fonte: Asscom Unit