O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reconheceu a vitória de Javier Milei no segundo turno das eleições argentinas, neste domingo (19), contra o ministro da Economia daquele país, Sergio Massa.
Pela rede social X, o antigo Twitter, Lula não chegou a citar o nome do presidente recém-eleito e nem o parabenizou diretamente pelo resultado. Porém, deu parabéns às "instituições argentinas" pela condução do processo e destacou o caráter pacífico da votação.
O petista desejou boa sorte ao futuro governo do país vizinho e disse estar “à disposição para trabalhar junto” com os argentinos.
"Desejo boa sorte e êxito ao novo governo. A Argentina é um grande país e merece todo o nosso respeito. O Brasil sempre estará à disposição para trabalhar junto com nossos irmãos argentinos”, escreveu Lula.
A expectativa é que Lula não telefone para felicitar Javier Milei, prática comum entre chefes de Estado. Inicialmente, o petista irá agir com cautela em relação ao líder argentino.
A possibilidade de vitória de Milei era vista com preocupação pelo Palácio do Planalto. Durante a campanha, o ultradireitista fez duras críticas e ataques ao petista. Chegou a dizer que, caso eleito, não iria fazer negócios com governos “comunistas”, como ele classifica o presidente brasileiro. Também já disse que o petista tem “vocação totalitária” e está “usurpando a liberdade”. Durante as eleições brasileiras de 2022, chamou Lula de “presidiário comunista” e pediu voto em Jair Bolsonaro.
Além disso, o presidente eleito prometeu retirar a Argentina do Mercosul e cancelar a entrada do país no Brics, bloco que conta com Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e terá o ingresso de outros cinco países em 2024. A adesão argentina foi intermediada, sobretudo, por Lula.
Porém, na reta final do segundo turno, Milei moderou o discurso em relação à política externa. Questionado por Sergio Massa no último debate presidencial, ele moderou o discurso, sem deixar claro qual seria sua postura em relação ao petista.
Fonte: O Tempo
Foto: Ricardo Stuckert