Por se tratar de um momento de tensão e de instabilidade social é recomendado que as pessoas busquem práticas que auxiliem no relaxamento
De acordo com pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, a ansiedade é o transtorno mais presente durante a pandemia da covid-19. Além da ansiedade, encontrada em 86,5% dos respondentes, foi constatada uma presença moderada de transtorno do estresse pós-traumático (45,5%). A proporção de depressão grave foi um pouco mais baixa, 16%.
Divulgada em setembro, a pesquisa teve como objetivo analisar o impacto da pandemia e do isolamento social na saúde mental da população. Por se tratar de um momento de tensão e de instabilidade social, haja vista ao impacto da pandemia na economia, é recomendado que as pessoas busquem práticas que auxiliem no relaxamento. A atividade física é uma delas, como explica a professora assistente do curso de Educação Física da Unit, Thaysa Passos Nery Chagas.
“Podemos dizer que qualquer modalidade esportiva ou prática regular de exercício físico pode ajudar a manter a calma. Não somente atividades mais relaxantes, como meditação, porque o exercício físico regular seja ele de moderada ou de alta intensidade auxilia na produção de opióides endógenos, que seriam analgésicos, que mantêm essa sensação de bom humor, de calma, de alívio de estresse. Um exemplo é a endorfina, que pode induzir o aumento da tolerância à dor, a aprimorar controle de apetite e a reduzir a ansiedade. Então, o exercício físico regular acaba trazendo inúmeros benefícios, auxiliando no alívio do estresse”.
Modalidade
Questionada se existe uma modalidade mais adequada ao momento presente, Thaysa orientou que é o ideal é encontrar uma atividade que a pessoa se sinta motivada a realizar.
“Independentemente da atividade a pessoa tem que sentir prazer em realizar e querer muito voltar no outro dia. Não adianta falar que a melhor atividade para reduzir o estresse seria a corrida, por exemplo, se a pessoa não gosta de correr, não tenha a menor vontade de correr. Então, essa corrida não vai fazer bem. Tem o fator psicológico envolvido e que é muito forte. A pessoa realmente tem que pensar em algo que curta fazer, que sinta prazer, que se divirta. A ideia é se divertir realizando a atividade”.
Segundo a professora, a recomendação da Organização Mundial de Saúde é praticar atividade física por 150 minutos semanais. No entanto, por conta do momento pandêmico, ela afirma que o importante é não se cobrar e manter a prática.
“Na realidade de hoje, o interessante é não se cobrar e deixar a atividade física fluir. Com a frequência, o tempo de atividade vai aumentando. Temos que pensar também em saúde mental. Como eu falei, tem que se divertir e ser leve. A pessoa tem que sentir prazer no que está fazendo”.
Saúde
Camila Vorkapic, professora doutora do curso de Medicina da Unit, desenvolve uma linha de pesquisa em neurociência e saúde mental no Laboratório de Biociências da Motricidade Humana – LABIMH. De acordo com ela, o movimento é fundamental para saúde do cérebro.
“Nessa linha de pesquisa, a gente estuda os efeitos de práticas contemplativas e, também, do exercício físico na saúde mental. Práticas contemplativas são meditação, ioga, de respiração. O que se sabe é que o exercício é fundamental para o bom funcionamento do cérebro de uma maneira geral. Isso tem a ver com o nosso passado evolutivo, porque muitas das nossas características anatômicas e fisiológicas foram moldadas pela evolução em decorrência da corrida de resistência. O exercício ajuda a regular de forma muito completa todas as funções cerebrais, incluindo as funções cognitivas, mentais e emocionais”.
Sobre atividade física em tempos de pandemia, Camila orienta que se procure uma atividade que envolva movimento que seja prazeroso e ressalta a importância de se manter uma rotina alimentar saudável.
“Não se observa tantos benefícios se a pessoa não gosta do que está fazendo. O importante é que não fique parado. A alimentação sempre ajuda. Não existe a separação entre corpo e mente”.
Fonte: Assessoria de Imprensa | Unit