A equipe de Neurocirurgia do Hospital de Cirurgia realizou um procedimento cirúrgico de alta complexidade para extirpação de um tumor volumoso em área sensível do cérebro com o paciente acordado e conversando com a equipe. Trata-se de uma intervenção rara no Sistema Único da Saúde (SUS) devido à sua complexidade e altos custos.
Leia mais
O cirurgião responsável pelo procedimento, que ocorreu na última sexta-feira, dia 09 de outubro de 2020, foi o neurocirurgião Dr. Arthur Maynart Pereira Oliveira, contando com a equipe do Serviço de Neurocirurgia do Cirurgia, além da participação de médicos residentes do Hospital.
O paciente, de 49 anos, possuía um tumor próximo à área do cérebro responsável pela fala e a cirurgia poderia deixá-lo com a incapacidade permanente de se comunicar. Para que a possibilidade de sequelas fosse diminuída, foi necessário localizar esta área para sua preservação.
“Durante a abertura do crânio, o paciente está sedado e não sente nada do que está se passando. Quando já estamos com o cérebro exposto, ele é acordado para que possamos testar sua linguagem. Este tipo de cirurgia necessita de uma equipe anestésica que possua conhecimento do procedimento, para que as drogas sejam desligadas e o paciente logo em seguida acorde. Isso é fundamental nesse tipo de procedimento”, destaca Dr. Arthur.
Em razão da alta complexidade do procedimento cirúrgico, a participação da anestesiologista Dra. Luísa Vieira, segundo o neurocirurgião, foi imprescindível para o sucesso da intervenção, pois há vários riscos envolvidos nesta ação e a qualificação da técnica anestésica modifica todo o resultado.
De acordo com Dr. Arthur, para as avaliações de linguagem, são feitas verificações com o paciente acordado; como, por exemplo, pedir que conte de um até dez. “Ao tocar com o estimulador na área do cérebro responsável pela fala, ele para de contar na mesma hora e, ao retirar o estimulador, volta a contar. Com isso, temos a certeza em que área do cérebro estamos”, explica.
Os testes das funções cerebrais foram realizados pelo médico neurofisiologista, Dr. Franklin Borges, que conversava com o paciente e fazia perguntas enquanto o tumor ia sendo retirado.
“Uma outra forma de avaliar, é pedindo que ele nomeie objetos que são mostrados em um celular ou tablet. Além disso, pode ser testado o discurso livre em que conversamos sobre assuntos variados com o paciente. Tudo isso enquanto o cirurgião vai retirando o tumor. O paciente em questão apresentava um tumor cerebral localizado na área da fala do cérebro e a forma mais segura de operar esses casos é com o paciente acordado”, informa o cirurgião.
Conforme informou o Dr. Arthur, o procedimento cirúrgico transcorreu bem. “O intuito da cirurgia é ressecar o máximo de tumor. Deixando o paciente, se possível, normal, sem nenhuma sequela, que é sempre o nosso objetivo”, observa.
O Serviço de Neurocirurgia do Hospital de Cirurgia tem avançado bastante nos últimos anos e esta já é a terceira cirurgia desta modalidade realizada em um ano no Hospital. “Muito importante frisar que somos uma equipe de Neurocirurgiões Oncológicos e estamos trabalhando duro para melhorar sempre o atendimento dos pacientes em nossa instituição. A equipe é composta, além de mim, por Dr. Augusto César Esmeraldo, Dr. Bruno Fernandes e Dr. Renato Viana”, finaliza Dr. Arthur.
Fonte: assessoria