Especialista em Estética orienta sobre a escolha adequada, os princípios ativos mais indicados para cada pele e os perigos do uso excessivo

A preocupação com uma pele bonita e saudável tem ganhado cada vez mais espaço entre os brasileiros. De acordo com dados do Euromonitor International, o Brasil ocupa o quarto lugar entre os países que mais consomem produtos de beleza no mundo. Dentro desse mercado em expansão, as máscaras faciais se destacam como alternativas práticas para lidar com questões como excesso de oleosidade, cravos, ressecamento e marcas de expressão. Apesar de prometerem resultados rápidos, seu uso sem orientação adequada ou de forma exagerada pode provocar efeitos indesejados.

A esteticista, fisioterapeuta e professora do curso de Estética e Cosmética da Universidade Tiradentes (Unit), Andrea Vasconcelos, explica que as máscaras atuam como complementos na rotina de cuidados com a pele, e não como substitutas. “Elas são eficazes para potencializar os efeitos do skincare, desde que aplicadas de maneira correta, respeitando o tipo de pele e a finalidade do produto. Usar sem critério pode agravar problemas como acne, sensibilidades ou ressecamento”, orienta.

Entenda a ação dos principais componentes

Para peles com tendência à oleosidade, alguns ingredientes se destacam, como a argila branca, o ácido salicílico e a niacinamida. A argila tem ação de purificação e ajuda a controlar o excesso de sebo. Já o ácido salicílico atua nos poros, promovendo uma limpeza mais profunda com leve esfoliação química. A niacinamida, por sua vez, contribui para equilibrar a oleosidade e reduzir inflamações, além de auxiliar no clareamento da pele.

Quando o objetivo é amenizar os sinais da idade, Andrea indica ativos como o retinol, o ácido hialurônico e o ácido poliglutâmico. “Esses ingredientes promovem hidratação, estimulam a produção de colágeno e suavizam linhas finas. No entanto, por serem mais potentes, é importante que seu uso seja orientado por um profissional para evitar reações adversas”, acrescenta.

Apesar de serem bem aceitas pelo público, as máscaras requerem moderação. O uso frequente, sobretudo das fórmulas com ação adstringente ou esfoliante, pode prejudicar a proteção natural da pele. “Quando se remove o sebo em excesso, o corpo entende que precisa compensar, produzindo ainda mais oleosidade. Esse fenômeno é chamado de efeito rebote e acaba frustrando quem tenta tratar justamente o excesso de óleo”, afirma. A recomendação é limitar o uso a duas vezes por semana, com tempo de ação de até 20 minutos, preferencialmente à noite, quando a pele está mais receptiva e livre da exposição ao sol.

Industrializadas ou feitas em casa: qual o risco?

As máscaras produzidas pela indústria cosmética passam por testes dermatológicos e contam com fórmulas balanceadas. Já as receitas caseiras, que circulam amplamente nas redes sociais, podem representar riscos à saúde da pele. “Algumas pessoas aplicam substâncias como limão, café ou bicarbonato sem entender o pH e os efeitos desses ingredientes. Isso pode causar alergias, irritações e até manchas graves. Nem tudo que é natural é seguro”, alerta a professora.

Outro equívoco frequente é o uso das máscaras com a pele suja ou após procedimentos abrasivos, como esfoliações intensas. A aplicação correta começa com a higienização com sabonete apropriado para o rosto, seguida da máscara e finalizada com hidratação e, se for durante o dia, proteção solar.

Quando buscar ajuda profissional

Caso a pele apresente reações como vermelhidão, coceiras, ardor ou aumento da acne após o uso de máscaras, é recomendável interromper imediatamente o uso e procurar um especialista. “Cada pele é única. O que pode ser eficaz para uma pessoa pode não ser indicado para outra. Por isso, o acompanhamento com um esteticista ou dermatologista é essencial para garantir a segurança e a eficácia do tratamento”, conclui Andrea.

Por: Laís Marques

Fonte: Asscom Unit