Médico esclarece dúvidas quanto à medição e fala sobre a importância de seguir os protocolos de biossegurança.
Como forma de minimizar os riscos de transmissibilidade do novo coronavírus, muitos locais estabeleceram medidas de prevenção e segurança à população. A aferição da temperatura por meio do termômetro infravermelho, ao adentrar os espaços, foi um dos protocolos adotados. A febre é um dos sintomas da Covid-19.
Os aparelhos medem a energia irradiada pelo indivíduo e é convertida em um valor de temperatura. “É um aparelho totalmente inofensivo, que mede a temperatura a distância. Não existe, atualmente, nenhuma evidência científica de que a medição de temperatura, por termômetro infravermelho na testa cause danos à saúde humana”, afirma o Dr. Brunno Goes, médico do trabalho do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT – da Universidade Tiradentes.
“O resultado é dependente do local de medição, por exemplo, na testa temos uma indicação de temperatura um pouco maior comparada à superfície exposta do braço ou da perna, mas ambas indicam resultados satisfatórios”, salienta.
Além do local de aferição, outros fatores também estão envolvidos no resultado final da temperatura. “As medições devem ser realizadas nas condições ambientes. Outra recomendação é não comer ou beber durante a medição ou minutos antes e assegurar de que a lente ou o sensor de infravermelho estejam a um ângulo reto, 90°. A distância entre a lente ou o sensor do instrumento e a superfície a ser medida deve ser respeitada, entre outros cuidados”, explica Brunno.
Para o médico, além da medição de temperatura, é importante seguir os protocolos de biossegurança adotados para os locais e estabelecimentos. “A biossegurança consiste em um conjunto de medidas e procedimentos técnicos necessários para a manipulação de agentes e materiais biológicos, capaz de prevenir, reduzir, controlar e eliminar os riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e vegetal, bem como o meio ambiente”, enfatiza.
“Os cuidados de biossegurança devem ser seguidos sempre, independentemente da pandemia ocasionada pelo novo coronavírus. É importante estar atento aos Equipamentos de Proteção individual (EPIs), óculos de proteção, máscaras, protetor facial, touca e jaleco abotoado, lavagem das mãos e uso de álcool em gel. O distanciamento social associado às medidas de biossegurança são as medidas mais eficazes na prevenção do contágio e diminuição da propagação da Covid-19”, complementa.
Tapetes sanitizantes
A higienização dos locais também é peça-chave e constitui uma medida de biossegurança aos estabelecimentos. Entre os procedimentos sanitários obrigatórios, o uso do tapete sanitizante funciona como mais uma forma de barreira química para microrganismos, além de ser uma barreira física para sujidade de maneira geral.
“Um solado de calçado sujo e contaminado deixará para trás resíduos e agentes contaminantes ao passar pelo tapete sanitizante. O tapete deve ser de preferência emborrachado, feito de fibras de vinil ou de outros materiais de alta resistência, e os estabelecimentos devem direcionar o fluxo de entrada para que, quando uma pessoa entre, o ambiente possa passar seu sapato no tapete embebido de uma determinada quantidade de solução desinfetante não corrosiva, potente o suficiente para sanitizar os solados dos calçados por pelo menos 10 a 15 segundos”, observa a doutora em Saúde e Ambiente e integrante do Núcleo de Biossegurança da Universidade Tiradentes, professora Adriana Guimarães.
Após o tapete sanitizante, deve conter outro tapete seco para retirar o excesso de umidade e assim evitar acidentes de queda por derrapagem pelos produtos desinfetantes. “É importante lembrar que não são quaisquer produtos que podem ser aplicados nos tapetes sanitizantes. Produtos com cloro em altas concentrações não são recomendados para essa finalidade, pois são produtos alvejantes e poderão manchar calçados e roupas. Por isso, é essencial escolher quaisquer desinfetantes de uso comum, caso seja de uso em residências, ou um desinfetante de uso hospitalar, caso precise de uma desinfecção mais específica do ambiente”, frisa.
“É fundamental que o estabelecimento monitore o tempo de troca desse produto, e a reposição indicada deve ser feita a cada duas ou três horas, dependendo do fluxo de pessoas no local. Quanto maior o fluxo de pessoas, menor será o tempo de troca ou reposição do produto no tapete”, ressalta Adriana.
“O tapete sanitizante precisa ser entendido como parte de um protocolo completo de limpeza e higienização de ambientes, superfícies e pessoas. O item é uma ferramenta a mais na luta contra a disseminação de doenças, mas ele não age sozinho, por isso é importante se proteger de todas as formas, como a higienização das mãos com água e sabão ou álcool a 70%, uso de máscara de proteção e o distanciamento social”, finaliza.
Fonte: Assessoria de Imprensa I Unit