No mês de combate a doença, uro-oncologista Diego Marques explica sintomas, formas de diagnóstico e tratamento
Tradicionalmente conhecido por ser o mês dos festejos juninos, junho também é marcado pela campanha de conscientização sobre o câncer de rim, terceiro tumor mais frequente do sistema urinário, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). O ‘Junho Verde’ busca alertar para os sintomas da doença e a importância do diagnóstico precoce, que eleva em até 90% as chances de cura.
Geralmente, a doença acomete pessoas entre os 50 e 70 anos, com maior incidência no sexo masculino. Por ser assintomática na fase inicial, um terço dos pacientes só descobre o tumor quando ele está em estágio avançado, já apresentando sintomas. A OMS também aponta que esse tipo de tumor foi responsável por 430 mil novos casos de câncer em 2020. Para 2040, a estimativa é de 666 mil novos casos no mundo, cerca de 19 mil deles no Brasil.
O Dr. Diego Marques, uro-oncologista, explica não existe uma idade determinada para rastreamento do câncer de rim, mas que o diagnóstico precoce acontece a partir da observação dos sintomas e, principalmente, de consultas e exames regulares. “Os sintomas mais comuns são dor na lombar ou saída de sangue na urina. A maioria dos casos é diagnosticada ao acaso, quando a pessoa que vai fazer um ultrassom de rotina e aparece algum nódulo suspeito. Na minha conduta médica, todo paciente que vem pela primeira vez, eu solicito um ultrassom de rotina para ver o rim e ver se está tudo bem”, explicou.
De acordo com o especialista, após a confirmação do diagnóstico, é feita uma avaliação para identificar se há metástase, para definir o tratamento mais adequado. Quando o caso está avançado e há tumores em outras regiões, a opção é o tratamento sistêmico, normalmente, a quimioterapia. Atualmente, a cirurgia robótica é a mais vantajosa, porque os procedimentos cirúrgicos são realizados por meio de pequenas incisões, com uso de braços mecânicos completamente articulados e com precisão absoluta, comandado pelo cirurgião especialista. Além disso, ela permite que uma maior preservação do tecido renal.
“A cirurgia robótica possibilita a retirada dos tumores com precisão, uma vez que utilizamos as pinças de articulação em 360° graus, visão 3D, ampliada, com movimentos finos. Mas por exemplo, se o paciente fez a cirurgia robótica e está considerado curado, ainda é preciso mudar o estilo de vida para diminuir a chance de ter câncer no outro rim e até mesmo evitar que a doença volte no rim que ele preservou”, afirmou Diego Marques.
Prevenção e qualidade de vida
Além do acesso aos serviços de saúde, a adoção de bons hábitos é essencial para a prevenção do câncer de rim. O estilo de vida inadequado e fatores como a obesidade influenciam no desenvolvimento deste tipo de tumor.
“Melhorar a qualidade de vida também faz parte da prevenção do câncer renal, ou seja, praticar atividades físicas, evitar cigarro e álcool e controlar a pressão alta. Para quem tem diabete, é preciso mantê-la sob controle, caso contrário, pode ocorrer insuficiência renal, que também um fator de risco. Cuidar da saúde pode evitar a doença, mas é importante conscientizar que quanto mais precoce for o diagnóstico, maiores são as chances de cura”, alertou Diego Marques.
Sobre Diego Marques
O médico Diego Marques é sergipano, com formação pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Possui residência em Urologia pelo Instituto de Urologia e Nefrologia de São José do Rio Preto-SP e Fellowship em Uro-Oncologia pelo Hospital Oncológico Aristides Maltez Salvador - BA. Também atua como professor do curso de Medicina da Universidade Tiradentes.