Trata-se do Tavi, técnica minimamente invasiva, que substitui a operação convencional e proporciona aos pacientes uma recuperação mais rápida
O Hospital de Cirurgia, através do Serviço de Hemodinâmica, realizou neste mês de junho um procedimento cardiológico inédito pela Rede Estadual de Saúde em Sergipe: o Tavi (Implante Percutâneo Transcateter de Válvula Aórtica) – método minimamente invasivo recomendado para pacientes idosos com elevado risco cirúrgico.
O procedimento de Tavi foi desenvolvido para corrigir casos de estenose aórtica, doença que causa o estreitamento da abertura da válvula aórtica e, consequentemente, obstrui o fluxo de sangue do ventrículo esquerdo do coração para a aorta.
Ao contrário da cirurgia convencional – que necessita abrir a caixa torácica do paciente –, o Tavi permite que a substituição da válvula aórtica por uma prótese seja realizada sem cortes profundos, através de um cateter introduzido na região da virilha, que segue até o coração. Não há necessidade de entubar o paciente e nem aplicar anestesia geral.
Recuperação rápida e eficaz
Diretor técnico da Angiocor – prestadora do Serviço de Hemodinâmica do HC –,Dr. Eduardo Ferreira, cardiologista clínico e intervencionista, explica mais o que é o Tavi, que proporciona aos pacientes uma recuperação mais rápida e eficaz. Além de Eduardo, os médicos cardiologistas Wersley Silva, André Paixão, Tatiana Bastos e o anestesiologista Lauro Barreto foram os responsáveis por conduzir o primeiro Implante Percutâneo Transcateter de Válvula Aórtica via Sistema Único.
“O Implante Transcateter da Válvula Aórtica, o Tavi, é destinado a pacientes portadores da estenose valvar aórtica, que, em geral, sofrem com dor no peito, falta de ar ou desmaio, e tem a sua vida muito limitada por conta dessa patologia. Neste primeiro procedimento Tavi pelo SUS, realizamos a valvuloplastia com balão, a dilatação da válvula aórtica, seguida do implante da válvula aórtica, tratando completamente a estenose dessa válvula”, explica Dr. Eduardo Ferreira.
“Para nós que fazemos parte da equipe médica é extremamente gratificante realizar o Tavi, porque conseguimos oferecer correção da patologia para pacientes muito idosos, que têm o risco cirúrgico elevado ou proibitivo para uma cirurgia cardíaca convencional. Além do mais, este procedimento foi especial para nós, pois foi realizado num paciente do SUS. É o Hospital de Cirurgia, a Angiocor, oferecendo de forma indistinta alta tecnologia, com segurança e eficiência, a um paciente do Sistema Público”, afirma o diretor técnico.
Gratidão ao SUS
O primeiro paciente a realizar o Tavi, no dia 3 de junho, por meio do contrato firmado entre Hospital de Cirurgia e Governo do Estado foi Antonio Izidio de Lima, de 81 anos, aposentado e morador do município de Poço Redondo. O paciente tem um histórico grave de saúde. Além da idade avançada e pressão alta, ele passou nos últimos seis meses por dois infartos, um AVC e uma cirurgia. Diante deste quadro, foi constatado pela equipe médica que ele não teria condições de fazer a cirurgia cardíaca convencional.
Antonio Izidio não esconde a satisfação de ter sido o primeiro paciente a ser beneficiado com o Tavi através do SUS. “Aqui (no Hospital de Cirurgia) tem um tratamento muito bom. Eu fico muito feliz (em ter feito o Tavi) porque, a partir de mim, se abre caminho para mais gente que não tem condições (de fazer o procedimento). Agradeço ao SUS”, relata o paciente.
Parceria de sucesso
Para a interventora judicial do Cirurgia, a enfermeira Márcia Guimarães, a contratualização junto à Secretaria de Estado da Saúde (SES) para a realização do Tavi significa um grande avanço na assistência aos pacientes, sobretudo, aos idosos. “O Tavi é uma modalidade que dá ao paciente, que não tem condições de realizar a cirurgia convencional, a chance de receber tratamento, num formato mais prático e de rápida recuperação. Para se ter uma ideia, o paciente recebe alta em questão de dias depois de fazer o procedimento. É uma repercussão grandiosa para a saúde pública”, enfatiza.
A interventora ressalta ainda os frutos da cooperação entre o Cirurgia e a Rede Estadual de Saúde. O hospital é referência para o SUS em atendimento ambulatorial e cirúrgico de média e alta complexidade, com destaque para a área cardiológica.
“A parceria do HC com o Governo do Estado, por meio da Secretaria Estadual da Saúde, é extremamente salutar para solucionar as necessidades dos cidadãos. Ao longo de um e meio do atual Governo, aumentamos o número de procedimentos. Vemos a preocupação do governador e do secretário em prestar mais atendimentos aos pacientes naquilo que eles precisam em Sergipe”, destaca Márcia Guimarães.