O movimento que começou na década de 1970 propõe um modelo de cuidado longe dos manicômios

Dia 18 de maio é marcado pela Luta Antimanicomial, movimento que teve início na década de 1970 com o objetivo mudar o modelo de cuidado, do ponto de vista de um olhar manicomial, para um modelo de cuidado da perspectiva de liberdade para pessoas com sofrimento psíquico.

“Essa luta, que acontece bojo da reforma psiquiátrica brasileira, deixa de perceber o doente para perceber o sujeito, rompe com olhar médico centrado sobre a doença e transita para um olhar que é interdisciplinar”, explica a psicóloga da rede de atenção psicossocial do município de Aracaju, Taís Fernandina Queiroz,  que atua no CAPS AD Primavera.

Taís Fernandina traça uma relação do isolamento imposto aos que são submetidos a tratamentos, uma prática difundida pelo preconceito acerca da saúde mental, e o confinamento a que fomos submetidos por conta da disseminação da Covid-19. “Penso muito oportuno falar sobre confinamento já que estamos experimentando, em função dessa pandemia, a situação de exclusão social, de distanciamento daqueles que amamos da sociedade como um todo. Estamos vivenciando isso coletivamente”, disse.

Atuando no campo da saúde mental há quase duas décadas, a psicóloga que leciona na  Universidade Tiradentes,  coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisa em Saúde mental e Atenção psicossocial e a pós-graduação em Saúde mental e atenção psicossocial faz uma reflexão sobre escolhas, partindo de uma proposta de vida, seja para essas pessoas consideradas não “tão normais”, seja para aquele  grupo de pessoas consideradas normais. “Há 16 anos venho me afinando com essa luta e, também, nessa caminhada. Fiz encontros muito felizes com pessoas, com profissionais e com usuários que só me fizeram acreditar que não se faz cuidado em Saúde mental em manicômio, que não se faz cuidado em Saúde mental sem afeto e que não se faz cuidado em Saúde mental sem liberdade.  Então, não esqueçam: nenhum passo atrás, manicômio nunca mais”, finaliza.

Ascom UNIT